MARIA — Marcelo! Marcelo! Acorda, Marcelo! Acorda!
MARCELO COMEÇA A MEXER A CABEÇA. ACORDA MEIO SONADO.
MARCELO — Maria... Você tá bem? O que foi que aconteceu?
MARIA — A gente tá preso... numa das celas do laboratório.
MARCELO — Ainda tô meio atordoado.
MARIA — É o efeito dos dardos tranqüilizantes.
MARCELO — Aquele alien... ele disse que vai colocar um implante, um chip na gente... Ele falou isso? Não foi um pesadelo?
MARIA — Não, Marcelo, infelizmente este pesadelo é real. Fomos presos. Disseram que vão usar a gente como cobaias.
MARCELO — Ainda bem que eles prenderam nós dois na mesma cela. Se não tivermos nada, pelo menos teremos um ao outro e isso pra mim é tudo. Te amo muito, Maria.
MARIA — Eitalelê! Também te amo muito, meu querido. E ao teu lado me sinto a mais forte das criaturas.
MARIA TROCA UM BEIJO APAIXONADO COM MARCELO. INSTANTES NO BEIJO. COMANDANTE KÍDOR SURGE POR TRÁS DA PORTA DE VIDRO DA CELA.
KÍDOR — Esse é um dos aspectos que queremos pesquisar em vocês humanos. Essa coisa do romantismo, do amor, tão característico da civilização humana. Isso nos parece muito poderoso. Por isso queremos usá-los como cobaias.
MARIA — Então é por isso que vocês deixaram a gente na mesma cela? Querem usar eu e o Marcelo como cobaias pra pesquisar o significado do amor. É isso?
KÍDOR — Exatamente, cara Maria. Agora que estamos tomando conta da situação, queremos pesquisar o poder desse sentimento tão curioso que vocês chamam de “amor”. Talvez daí seja possível conseguir fabricar uma arma com grande poder de fogo. Principalmente porque, agora, o governo de vocês aceitou negociar.
MARCELO — Como assim? Que história é essa?
MARIA — O governo aceitou negociar? Negociar o quê?
MARCELO — Negociar com quem?
KÍDOR — Ora, Marcelo. Depois das bombas que explodimos
MARCELO — Bombas que explodiram
MARIA — Que bombas?
MARCELO — Que sandice vocês fizeram? Vamos, Kídor. Conta pra mim!
KÍDOR — Vocês não precisam saber de detalhes.
MARCELO — Kídor, conte que loucura foi essa! O que vocês fizeram com São Paulo? Não acredito que tiveram a audácia de atacar minha cidade.
MARIA — Vocês machucaram nossos amigos? E minha avó? E dona Marisa? E o pessoal da Liga do Bem? Conta o que houve?
KÍDOR — Vocês conhecem o Viaduto do Chá?
MARCELO — É claro que a gente conhece!
MARIA — É um dos cartões postais de São Paulo.
KÍDOR — Bom, sinto informar que ele não existe mais.
MARCELO — O quê?!
MARIA — O que vocês fizeram?!
KÍDOR — A primeira bomba explodiu lá.
MARIA — Que horror!
MARCELO — Como vocês puderam...
KÍDOR — Nós? (CÍNICO) Não, essa bomba não teve nada a ver com os reptilianos. Quem assumiu o atentado foi um grupo chamado “Poder Mutante”.
MARIA — Vocês vão colocar a culpa de tudo nos mutantes, é isso?
MARCELO — Claro. Vocês querem colocar mutantes e humanos uns contra os outros...
KÍDOR — Muito perspicaz da sua parte, Montenegro. É exatamente isso o que vai acontecer. O chamado “Poder Mutante” exigiu anistia para todos os mutantes presos, ou mais bombas irão explodir.
MARCELO — Isso vai colocar humanos contra mutantes. E todos os mutantes violentos vão se unir em uma guerra civil...
MARIA — Que mentes malignas.
KÍDOR — Com os mutantes ferozes unidos e do nosso lado, vai ser muito mais fácil dominar e colonizar o planeta de vocês. E agora que os dois já sabem das boas novas, com licença, eu tenho uma invasão para coordenar. Fiquem à vontade no seu novo lar. Vocês ficarão aí por muito, muito tempo.
KÍDOR VAI EMBORA DEIXANDO MARIA E MARCELO ESTUPEFATOS.
NO DESESPERO DE MARIA E MARCELO,
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