Tanto que os mocinhos Marcelo e Maria, de Leonardo Vieira e Bianca Rinaldi, voltaram a aparecer mais. Antes, estavam quase sempre separados e constantemente envolvidos na guerra entre os Reptilianos e a Liga do Bem.
Mas, agora, os dois ganham espaço com a gravidez da personagem e já dão sinais de que caminham para o final feliz. Tudo isso sem alterar a já consolidada média de 13 pontos de audiência que a trama alcança.
As mudanças promovidas pelo autor Tiago Santiago abrem caminho para a idéia proposta pela terceira temporada de Caminhos do Coração, rebatizada de Promessas de Amor. Desta vez, Santiago pretende explorar cada vez menos suas mutações e apostar mesmo nos conflitos característicos dos romances folhetinescos.
Mas é claro que, se o resultado não for satisfatório, nada impede que seres bizarros reapareçam e que a trama volte a contar com os efeitos especiais.
Que parecem não receber o mesmo tratamento que os apresentados na primeira temporada, bem mais convincentes. Além de equilibrar as batalhas entre os mutantes do bem e do mal com os beijos melosos dos protagonistas, Santiago conseguiu, finalmente, dar novo gás à comédia.
Em quase todos os capítulos é possível se divertir com o triângulo formado por César, Irma e Aristóteles, de Cássio Scapin, Patricya Travassos e André Di Biase. As cenas do trio estão na lista das melhores do folhetim e contribuem para que, apesar da diminuição das seqüências de ação, Os Mutantes não perca sua "marca" infanto-juvenil.
O uso da comicidade aliado às lições sobre o "poder do amor" e o "valor da compaixão", dadas principalmente pelo elenco mirim da história, remetem aos primeiros capítulos, quando as atenções estavam todas voltadas ao público dos "baixinhos".
Mas, infelizmente, alguns dos "vícios" da emissora prejudicam Os Mutantes. Para sustentar uma trama com audiência estável por tanto tempo - a primeira temporada de Caminhos do Coração estreou em 28 de agosto de 2007 ¿, autor e o diretor Alexandre Avancini fazem muito uso de narrações em "off", "flashbacks" e personagens que têm o péssimo hábito de falarem sozinhos.
Está certo que essas cenas ajudam o telespectador a relembrar e fixar a história, mas se tornam cansativas e monótonas quando exploradas em excesso. Destoam da atual mudança, sem aquelas seqüência arrastadas de mutantes sanguessugas e Reptilianos caçando a Liga do Bem.
Por falar em reptilianos, um dos grandes acertos desta reta final é a volta da médica Júlia, de Ítala Nandi. Sua presença ameniza a atuação robótica de Bianca Rinaldi na pele da vilã Samira e dá um novo fôlego à novela com o aumento no espaço dado à nova "Chefia". Nesta reta final, aliás, vários clichês que quase sempre funcionam no ar estão sendo utilizados.
Como o suspense na identidade do mandante das atrocidades que Júlia sustenta. Ou ainda a tentativa de troca de gêmeos, quando Samira seqüestrou Maria, buscou tomar seu lugar na hora do casamento com o mocinho Marcelo e terminou descoberta.
Pelo visto, parece mesmo que daqui para frente Tiago Santiago vai deixar o realismo fantástico descansar por alguns capítulos e abrir espaço para histórias mais críveis e românticas. O que, de certa forma, combina com a máxima do "poder do amor", lançada na novela dia sim, dia também.
Um comentário:
podia volta
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