Mas agora, garante, não pensa em desistir da carreira de ator. E aproveita a vilania do fantasioso Eléctron, de Os Mutantes - Caminhos do Coração, para tentar se estabilizar novamente.
"Ainda estou batendo a poeira, porque fiquei muito tempo parado. Mas atuar é muito familiar para mim. Cresci fazendo e vendo as pessoas fazerem isso", conta ele, que foi criado pelo também ator e diretor Fábio Junqueira, falecido em novembro do ano passado, e irmão de Caio Junqueira, o inescrupuloso Romero de A Lei e o Crime.
Na trama de Tiago Santiago, Jonas encarna um mutante capaz de lançar raios com as mãos e que se une aos vilões. Antes, a última aparição na TV tinha sido em Malhação, na temporada de 1999. Depois disso, se mudou para os Estados Unidos, onde trabalhou como instrutor de vôo.
Até que, depois da série de atentados de 11 de setembro de 2001, o mercado de aviação entrou em crise. "Não fui demitido oficialmente, mas ganhava por hora de aula dada. E, como não tinha mais alunos, percebi que deveria mudar de área", lamenta.
Começou a trabalhar como piloto de paraquedistas até que decidiu retornar ao Brasil, onde deu aulas de Teatro. Mais tarde, foi convidado para atuar como mecânico de aviões na TAM. "É uma área que me agrada, mas muito desvalorizada no Brasil. Larguei por causa da novela porque tinha saudade de atuar e também pela diferença salarial, que é grande", confessa, sem contar valores.
Nome: Jonas de Lima Torres Raible.
Nascimento: 22 de setembro de 1974, no Rio de Janeiro.
Primeiro trabalho na TV: No episódio Do Outro Lado do Horizonte, da Quarta Nobre, da Globo, em 1981.
Sua atuação inesquecível: No longa Outras Histórias, de Pedro Bial. "Meu personagem não tinha nem nome, mas foi um trabalho muito instigante".
Interpretação memorável: Caio Junqueira, como o Neto do filme Tropa de Elite, de José Padilha.
Momento marcante na carreira: "Agora, voltando à TV mais uma vez".
A que assiste na TV: Telejornais e documentários.
A que nunca assiste: "Programas que exploram problemas familiares de telespectadores gratuitamente".
O que falta na TV: "Um pouco mais de respeito com os telespectadores".
O que sobra na TV: Sensacionalismo.
Ator: Carlos Vereza.
Atriz: Fernanda Montenegro.
Com quem gostaria de contracenar: "Queria atuar novamente ao lado do meu irmão. Na TV, nos encontramos em Armação Ilimitada".
Se não fosse ator, seria: Piloto de avião. "Já sou".
Humorista: Chico Anysio.
Novela: Vereda Tropical, de Carlos Lombardi e Sílvio de Abreu, exibida em 1984.
Cena inesquecível na TV: A primeira passeata do movimento Diretas Já no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1984.
Vilão marcante: Max Cady, psicopata interpretado por Robert De Niro no filme Cabo do Medo, de Martin Scorsese.
Personagem mais difícil de compor: "O que interpretei no longa Outras Histórias".
Papel que mais teve retorno do público: Bacana, de Armação Ilimitada. "Na TAM ninguém me chamava de Jonas, só de Bacana. E a série estreou há 24 anos".
Que novela gostaria que fosse reprisada: Top Model, de Antônio Calmon, exibida pela Globo em 1989.
Que papel gostaria de representar: Um grande vilão.
Filme: O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola.
Livro: O Viajante ¿ As Espantosas Aventuras de Marco Polo, de Gary D Jennings.
Autor: Gary D Jennings.
Diretor: Francis Ford Coppola.
Mania: Roer os cantos dos dedos.
Medo: "De não arriscar fazer as coisas que tenho vontade e me arrepender depois".
Projeto: "Me estabilizar novamente como ator no Brasil".